Ambivalências (Jun 2013)
GESTÃO TERRITORIAL DE ÁREAS PROTEGIDAS NO LITORAL: PRIMEIRAS INCURSÕES
Abstract
Este artigo discute de forma preliminar a gestão territorial das unidades de conservação do litoral sergipano: Reserva Biológica (REBIO) Santa Isabel, em Pirambu, Área de Proteção Ambiental (APA) Morro do Urubu, em Aracaju e a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) do Caju, em Itaporanga D’Ajuda. As unidades de conservação configuram-se em novos elementos nos espaços litorâneos e trazem à dinâmica territorial uma complexidade, inclusive para o gerenciamento costeiro. O território compreendido como espaço social em transformação tende a um olhar sobre a totalidade, delimitado pela interação entre sistemas de objetos e de ações, na concepção de Milton Santos. A paisagem expõe a materialidade em um determinado território, a partir de objetos e marcas que coexistem e estabelecem certo grau de relação. Dessa maneira, discutiu-se teoricamente a gestão territorial e as imbricações com a gestão ambiental, bem como o perfil das unidades de conservação elencadas. No caráter ambiental o litoral de Sergipe abrange áreas com alto grau de prioridade na conservação da biodiversidade devido à presença de ecossistemas costeiros de grande fragilidade. Para a conservação observa-se uma complexidade na configuração territorial, nas relações de poder, que implicam níveis diferentes de indução da gestão, seja na esfera estadual, federal ou iniciativa privada. As ações podem estabelecer sinergias e conflitos de interesses sobre um mesmo espaço geográfico e por conseqüência para a governança.