Sağlık Akademisi Kastamonu (Oct 2022)

SONDA NASOGÁSTRICA: SIM OU NÃO?!... SNG OU SOBREVIVÊNCIA NUTRICIONAL GROSSEIRA, VENHA A PESSOA E ESCOLHA

  • Mariana Mourão Lança,
  • Paula Cristina Santos Caetano,
  • Fátima De Jesus Chibante Camões Pinheiro,
  • Raquel Loreta Espinoza Badilla,
  • Cláudia Cristina Sousa Mourão

DOI
https://doi.org/10.25279/sak.1137999
Journal volume & issue
Vol. 7, no. Special Issue
pp. 121 – 122

Abstract

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Introdução: As questões ligadas à nutrição têm peso cultural simbólico, sendo motivação na luta face à morte e uma temática controversa. Há conhecimento insuficiente face à nutrição artificial (NA) nas pessoas com cancro terminal, acreditando nos seus potenciais benefícios. A decisão deve ser uma interação entre profissional e pessoa doente atendendo às questões éticas e deontológicas, não permitindo a demissão ou alheamento da reflexão da praxis. Pessoas em fase terminal não experienciam fome e sede e a NA não apresenta benefícios na qualidade de vida. A Nutrição Alimentar é mais do que fisiológico, é social, psicológico e emocional. O profissional deve considerar as pessoas doentes parceiras e detentoras de saberes, património individual, dignidade humana e capacidade de tomada de decisão. Descreve-se a situação da pessoa acompanhada: a D. Ana tinha 68 anos, 4ª classe, católica. Apresentava diagnóstico de neoplasia do pâncreas há 8 anos, com diabetes mellitus secundária a quimioterapia. Após 4 anos surgiram metástases intestinais e realizou cirurgia para colostomia. Conhecedora da sua condição e ativa nas decisões. Dor 2. Sem Registo Nacional de Testamento Vital. Em 2018 a metastização conduziu a dependência moderada. Surgiram hipogeusia, anorexia e disfagia moderada (escala de Guss). Realizada conferência familiar. Recusou Sonda Naso Gástrica (SNG), mantendo refeições fracionadas e de acordo com a sua preferência e capacidade. Permaneceu em casa com controlo de sintomas. Após 5 semanas morreu de acordo com o desejo manifestado de não ser entubada.Objetivo: Refletir a prática centrada na pessoa com base no trabalho de equipa e legis artis.Método: Discussão de caso entre a Equipa Cuidados Continuados Integrados e equipa de saúde familiar dirigida à decisão da Ana e dificuldades surgidas nos profissionais, devido a valores, educação, (in)formação, aspetos pessoais e experiências. Focados aspetos vários: NA é guiada a prognóstico > 3 meses e boa performance (critério não verificado); Lei 31/2018; Norma 015/2013 da Direção Geral Saúde; Qualidade em Cuidados Paliativos; Código Deontológico: enfermeiros, médicos e assistentes sociais; princípios éticos: beneficência, justiça, autonomia e não maleficência. Resultados: A discussão para negligenciar argumentos individuais e constituir um momento de aprendizagem multidimensional, com maior ênfase na ética assentando na confrontação de perspetivas e respeito pela decisão da pessoa. A SNG pode ser ou não colocada avaliando a condição particular da pessoa e munindo a mesma da informação para decidir autonomamente.Conclusão: A decisão da pessoa norteia a intervenção e deve prevalecer, refletindo a unicidade e singularidade de cada condição. Estamos TODOS a dar atenção às pessoas e às suas reais necessidades e desejos? Estaremos NÓS a pensar SNG como Sobrevivência Nutricional Grosseira? Cuidar de alguém em equipa aproxima o outro do eu, transforma o eu no nós e permite fazer acontecer.

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