Revista Educação Por Escrito (Jan 2021)
O “Escola sem Partido” e a “versão autorizada” da experiência histórica da escravidão nas redes sociais = The “Escola sem Partido” and the “authorized version” of the historical experience of slavery on social networks
Abstract
Este artigo tem como objetivo central analisar os modos pelos quais apoiadores do “Movimento Escola sem Partido” (MESP) abordam a experiência histórica da escravidão em páginas virtuais da rede social Facebook. Tencionamos, com isso, refletir sobre o que apoiadores diretos do movimento entendem como uma “versão autorizada” dessa experiência histórica para ser ensinada nas aulas de história. Por “experiência histórica da escravidão” compreendemos não apenas o escravismo passado, mas também sua herança reiterada nos séculos seguintes à Abolição. Desse modo, este artigo analisará também as formas pelas quais o MESP, em suas franjas virtuais, compreende a relação passado-presente no ensino de história. A partir de exemplos pesquisados, focaremos no modo como as páginas lidaram com a figura da vereadora Marielle Franco e da princesa Isabel para disputas sentidos específicos sobre a história a ser ensinada. Com isso pretendemos contribuir para reflexões sobre as ameaças do MESP a qualquer ensino de história que se pretenda minimamente democrático e emancipatório