Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

IMPORTÂNCIA DA HISTOCOMPATIBILIDADE NO SUCESSO DO TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA: UMA REVISÃO DO SISTEMA HLA

  • CVT Rocha,
  • LA Vieira,
  • BCS Sousa,
  • LAL Frota,
  • ALV Rocha,
  • TTM Paiva

Journal volume & issue
Vol. 45
pp. S531 – S532

Abstract

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Objetivos: Descrever noções introdutórias ao sistema de antígenos leucocitários humanos (HLA) para melhor compreender sua importância no sucesso do transplante de medula óssea (TMO). Material e métodos: Trata-se de um estudo exploratório por meio de pesquisa bibliográfica. A revisão de literatura operacionalizada mediante busca eletrônica de artigos indexados nas bases de dados Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Medical Publications (PubMed) e Google Acadêmico, utilizou os seguintes descritores: “histocompatibilidade”, “compatibilidade no transplante de medula” e “HLA”. Para critérios de inclusão, foram selecionados trabalhos publicados no período de 2000 a 2022, contendo o texto na íntegra, em português ou inglês, os quais atendessem ao objetivo proposto. Resultados: A histocompatibilidade é um dos principais fatores a serem considerados quando se trata do sucesso de qualquer transplante, em especial o de medula óssea (TMO), pois desempenha um papel central na resposta imune e no sucesso do tratamento. Visto que a presença de antígenos de histocompatibilidade incompatíveis entre o doador e o receptor costuma levar a respostas imunes indesejadas, em especial a Doença do Enxerto Contra o Hospedeiro (DECH) e, assim, ao fracasso do transplante. O sistema de Antígenos Leucocitários Humanos (HLA), o qual é o principal complexo de histocompatibilidade (MHC) em seres humanos, de grande importância no sistema imunológico, é controlado por genes localizados no cromossomo 6. Sua herança se dá de forma autossômica e codominante. De maneira que, cada genitor possui dois cromossomos 6 diferentes, logo quatro combinações diferentes de haplótipos são possíveis para seus descendentes. Tal modelo de herança é um fator relevante na busca de doadores aparentados compatíveis para transplante de células tronco hematopoiéticas. Discussão: Diversas complicações podem suceder o transplante de medula óssea, contudo a principal é a Doença do Enxerto Contra Hospedeiro (DECH). É uma condição caracterizada pela ativação dos linfócitos T do doador quando no corpo do receptor, devido aos antígenos de histocompatibilidade do hospedeiro. A síndrome clínica se caracteriza por febre, náuseas, vômitos, diarreia e distúrbios no fígado, além de agravar outros possíveis achados, como alterações oculares e complicações nos sistemas respiratório e digestório. Assim, com base na análise da literatura, torna-se evidente a importância das medidas de pesquisa realizadas antes do TMO, o qual para que seja bem realizado, é necessário, entre outros fatores, que exista compatibilidade doador-receptor para moléculas codificadas pelos genes HLA relacionados às classes I e II. Na atual rotina laboratorial dos exames de histocompatibilidade pré transplante são analisados os locus HLA-A, HLA-B, HLA-C, HLA-DR, HLA-DQ e HLA-DP. Conclusão: A partir dos resultados obtidos, conclui-se que o sistema de Antígenos Leucocitários Humanos (HLA) é essencial para o sucesso de um Transplante de Medula Óssea (TMO). De modo que esses fatores de histocompatibilidade devem ser considerados durante a busca de um doador, para que a resposta imune desencadeada pelo receptor transplantado seja a menos reativa possível.