MANIPULAÇÃO MAGISTRAL DE MEDICAMENTOS EM ONCOLOGIA: REVISÃO DA LITERATURA E DESENVOLVIMENTO DE UMA SOLUÇÃO ORAL DE TRETINOINA

Abstract

Objetivo: Escolha de fórmula off-label que possa ser reproduzida para uso em pacientes que não podem utilizar as cápsulas e enfatizar os riscos ocupacionais. As informações fornecidas destinam-se para os profissionais em oncologia na administração correta de sólidos orais via sonda enteral. Material e métodos: Realizou-se busca ativa em sites específicos de banco de dados UpToDate, Micromedex, Stabilis Data Base e PubMed para todos os estudos publicados em Inglês no período de fevereiro de 2021. Os termos utilizados foram “extemporaneous formulations”AND/OR, oral liquid AND/OR, suspension AND/OR, compounding AND/OR, anticancer therapy AND/OR, antineoplastic agente”out, para comprovar as informações existentes na literatura nacional e internacional a respeito da estabilidade após o preparo da formulação, seu uso via sonda nasogástrica e/ou via ostomia, assim como informar durante a revisão de literatura pontos importantes como o uso de dosador oral, dispositivo que garante precisão e reduz desperdício e a localização correta da sonda foram enfatizados nesse guia. Resultados: 2 fórmulas e 2 processos de preparao, manipulação e administração da solução oral de Tretinoína. Off-label oral: tretinoína (0,05 g), alfa-bisabolol (0,1 g), cremophor RH 40 (14 g), propilenoglicol (15 gl), BHT (0,05 g), ácido sórbico (0,2 g), água purificada (70 g). Off-label oral: tretinoína (1 g), BHT (20 mg), EDTA dissódico (100 mg), óleo de soja q.s.p..100 mL. Via sonda nasogátrica: extrair o volume apropriado da cápsula de 10 mg = 0,17 mL da solução. Transferir para uma seringa de não-PVC ou de vidro e diluir com óleo de canola ou óleo de soja ou solução de triglicerídeos de cadeia média (TCM) para um volume final de 5 mL. Ostomia: tretinoína (50 mg), água para injeção (20 mL).Transferir a dose para uma seringa de 50 mL e adicionar 20 mL de API e deixar em banho-maria por 30 min. Discussão: A tretinoína é indicada para indução da remissão em Leucemia Promielocítica e não existe como solução oral. É considerado um medicamento perigoso pelas principais agências internacionais e apresenta maior risco de causar dano significativo ao paciente quando utilizados incorretamente. Conclusão: Os pacientes usam estas fórmulas preparadas a partir de cápsulas e nossa experiência com o preparo e a administração destas formulações extemporâneas, comprova que temos obtido resultados similares a outros hospitais nacionais e internacionais, cujos dados foram publicados na literatura médica. Palavras-chave: Hematologia; Boas práticas de manipulação de medicamentos; Uso off-label; Leucemia promielocítica aguda; Segurança do paciente.