Artefilosofia (Apr 2017)
Das interações comunicativas à constituição de um “arquivo musical”:
Abstract
Abordo neste artigo uma coleção de gravações sonoras produzida pelo folclorista alagoano Théo Brandão e depositada no antigo Instituto Nacional do Folclore. Membro da rede de folcloristas que se formou no Brasil nos anos 1940, Théo Brandão não era músico, mas manteve o registro sonoro como uma atividade constante que resultou em uma coleção de cerca de 60 horas. Também não fez os deslocamentos geográficos que caracterizaram as “missões” e pesquisas de campo de folcloristas e antropólogos. Destaco as especificidades da coleção, dadas pela proximidade entre o folclorista e os artistas que ele gravou, pela curadoria privada e pela decisão, em 1979, de confiar cópias das gravações a uma instituição do governo federal.