Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Feb 2010)

Adaptação sociocultural do short personal experiences questionnaire (SPEQ) no Brasil Sociocultural adaptation of the short personal experiences questionnaire (SPEQ) in Brazil

  • Ana Lúcia Ribeiro Valadares,
  • Aarão Mendes Pinto-Neto,
  • Maria Helena de Sousa,
  • Maria José Duarte Osis

DOI
https://doi.org/10.1590/S0100-72032010000200004
Journal volume & issue
Vol. 32, no. 2
pp. 72 – 76

Abstract

Read online

OBJETIVO: traduzir e adaptar culturalmente o Short Personal Experiences Questionnaire (SPEQ) para a língua portuguesa, no Brasil, em mulheres climatéricas. MÉTODOS: a versão original do questionário, em inglês, proveniente da Universidade de Melbourne (Austrália), inicialmente foi traduzida para a língua portuguesa e retraduzida ao inglês. Procedeu-se, então, à adaptação sociocultural do vocabulário e da construção linguística para melhor compreensão. O questionário foi então aplicado para pré-teste em 50 mulheres, em etapas sucessivas, até que não houvesse mais dúvidas. A versão final do instrumento adaptado foi utilizada em estudo de base populacional, autorrespondido anonimamente por 378 mulheres pesquisadas, entre 40 e 65 anos e com 11 anos ou mais de escolaridade, nascidas no Brasil. Foi aplicada uma análise de confiabilidade (consistência interna, pelo alfa de Cronbach), uma análise de validade do construto (correlação de pares de itens que compõem o SPEQ e cada um destes com os quatro fatores obtidos e com o escore total), e uma análise de validade de critério (correlação entre os quatro fatores obtidos com o escore de classificação geral da vida sexual). RESULTADOS: cento e oitenta mulheres responderam a todas as perguntas do SPEQ e foram incluídas na análise. A consistência interna (alfa de Cronbach) para os nove itens do SPEQ situou-se entre 0,55 e 0,77 e o alfa geral foi 0,68. Na análise de validade do construto, a maioria dos coeficientes de correlação se mostrou significativo (valores pPURPOSE: to translate into Brazilian Portuguese and culturally adapt the Short Personal Experiences Questionnaire (SPEQ) to climacteric women. METHODS: the original English version from the University of Melbourne, Australia, was initially translated into Portuguese and back-translated into English. A sociocultural adaptation of vocabulary and linguistic constructions was performed to facilitate comprehension. The questionnaire was then pretested in successive stages in 50 women, until no doubts remained. The final version of the adapted instrument was self-responded by 378 Brazilian-born women, between 40 to 65 years old, with 11 years or more of schooling in a population-based study. The reliability (internal consistency as measured by Cronbach's alpha), the construct validity (correlation coefficients between the items comprising the SPEQ and selected variables) and the criterion validity (correlation coefficient between sexual dysfunction score and overall score of sexual life classification) were analyzed. RESULTS: one hundred and eight women answered all the questions of the SPEQ and were included in the study. Internal consistency (Cronbach's alpha) for all the nine SPEQ items ranged from 0.55 to 0.77 and the general alpha was 0.68. In the construct validity analysis, most of the correlation coefficients were significant (p<0.005). The criterion validity analysis showed significant correlation coefficients in most cases. CONCLUSIONS: following the adaptation process, the Portuguese version of the SPEQ was deemed useful and appropriate for collecting data on sexual function and dyspareunia in Brazilian women, aged 45 to 65 years, with at least 11 years of schooling.

Keywords