Revista Uningá (Mar 2019)
ABORTAMENTO NO BRASIL: CARACTERÍSTICAS SÓCIO-DEMOGRÁFICAS E FATORES CONDICIONANTES AOS RISCOS ASSOCIADOS COM A MORTALIDADE MATERNA
Abstract
INTRODUÇÃO: Este artigo que apresenta a abordagem realizada por meio de uma revisão de literatura, sobre a incidência do fenômeno abortivo no Brasil, considerando para a análise, as variáveis sociodemográficas, condições de risco, complicações pós-aborto e mortalidade materna (MM) associadas com o abortamento. METODOLOGIA: A revisão foi realizada com 12 (doze) artigos, publicados na íntegra e escritos no idioma português, entre 2007 e 2013, disponíveis em periódicos anexados na base de dados da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). RESULTADOS: Os resultados evidenciaram que da década de 1990 aos anos de 2013, em áreas urbanas de cidades distribuídas no Brasil localizadas em Estados das regiões Nordeste, Sudeste e Sul do país. DISCUSSÃO: O abortamento do tipo espontâneo ocorreu com maior frequência entre mulheres de 20 a 39 anos; e dos tipos induzidos e/ou provocados, predominaram entre mulheres de 20 a 29, casadas ou em união estável, residentes em setores de baixa renda e com pouca escolaridade, utilizando preferencialmente o Cytotec como método abortivo. As infecções e hemorragias foram as principais complicações pós-aborto apresentadas pelas mulheres tratadas nas unidades hospitalares de saúde públicas. Os abortos induzidos ou provocados foram associados a condições de risco. CONCLUSÃO: A mortalidade materna por complicações do abortamento foram predominantes entre mulheres não brancas, de estratos sociais desfavorecidos economicamente, residentes em áreas periféricas das cidades, de baixa renda per capita e com baixo nível de escolaridade. O aborto continua figurando dentre as principais causas da MM, e relacionado com as desigualdades sociais brasileiras.