Revista Brasileira de Cartografia (Jan 2017)

UTILIZAÇÃO DE DADOS ORBITAIS DE FOCOS DE CALOR PARA CARACTERIZAÇÃO DE RISCOS DE INCÊNDIOS FLORESTAIS E PRIORIZAÇÃO DE ÁREAS PARA A TOMADA DE DECISÃO

  • Liana Oighenstein Anderson,
  • Missae Yamamoto,
  • Christopher Cunningham,
  • Marisa Gesteira Fonseca,
  • Leticia Kirsten Fernandes,
  • Alan Pimentel,
  • Foster Brown,
  • Celso Henrique Leite Silva Junior,
  • Eymar Silva Sampaio Lopes,
  • Demerval Soares Moreira,
  • Natalia Salazar,
  • Luaê Andere,
  • Thais Michele Rosan,
  • Vera Reis,
  • Luiz E.O.C. Aragão

Journal volume & issue
Vol. 69, no. 1

Abstract

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A Amazônia vem sofrendo o aumento de intensidade e de ocorrência de eventos climáticos extremos. A ocorrência de secas nesta região aumenta a susceptibilidade das florestas a incêndios florestais, com diversas consequências para o meio ambiente, economia e saúde da população. O objetivo deste estudo foi fornecer uma análise espaço-temporal do uso do fogo no Estado do Acre, e assim auxiliar a Sala de Situação do Estado na tomada de decisão para priorizar o monitoramento de áreas com risco de incêndios. Para isso, foram utilizados dados de focos de calor oriundos de múltiplos satélites, dados de unidades fundiárias e análises estatísticas para gerar um ordenamento de áreas prioritárias para monitoramento de incêndios. O satélite AQUA, desde o início de sua operação em 2002, foi responsável por 40% a 75% dos totais de detecção de focos. Com o lançamento do satélite S-NPP em 2013, este vem sendo responsável pela maioria das detecções de focos de calor devido melhores em suas resoluções espaciais e radiométricas. Trinta e nove por cento do total de focos de calor detectados, foram localizados em projetos de assentamentos, 26% em áreas particulares, 10% em unidades de conservação e menos de 2% em terras indígenas. Um mapa de risco de incêndios baseado em análises de tendência e número de ocorrências de focos de calor foi proposto para auxiliar a definição de áreas prioritárias para monitoramento e fiscalização. Conclui-se que as informações geradas com base nos dados históricos de focos de calor podem ser incorporadas aos modelos de risco de incêndios que operam com dados puramente climáticos de forma a melhorar a espacialização do risco e assim apoiar o planejamento e a tomada de decisão.