RevSALUS (Jan 2024)

Dor e qualidade de vida

  • Verónica Lopes da Graça,
  • Maria José Castro,
  • Javier González

DOI
https://doi.org/10.51126/revsalus.v5iSupii.669
Journal volume & issue
Vol. 5, no. Supii

Abstract

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Introdução: A dor crónica não causa apenas sofrimento; altera os padrões de vida de quem sofre, interferindo em múltiplos aspetos individuais com implicações sociofamiliares ((EFIC, 2001), degradação da qualidade de vida de quem dela padece (Breivik et al., 2005) e com um impacto económico importante para a sociedade (Azevedo et al., 2012). Objetivos: O objetivo principal foi estudar a forma como os utentes dos centros de saúde de São Vicente lidam com a dor crónica, avaliando a implicação dos fatores sociodemográficos na doença, a importância que eles atribuem ao seu diagnóstico\tratamento e a implicação na sua qualidade de vida. Material e Métodos: Estudo descritivo, quantitativo, em que o instrumento de recolha de dados consistiu no preenchimento de um questionário com dados sociodemográficos e caracterização clinica da dor e na aplicação do questionário de qualidade de vida (Short Form Health Survey -SF36). O estudo foi aprovado pela Comissão de Ética Nacional e pela Comissão Nacional de Proteção de Dados). Participaram 100 utentes dos centros de saúde de São Vicente diagnosticados com dor crónica. Resultados e Conclusões: Resultados: 79% do sexo feminino e 21% do sexo masculino; a idade média foi de 59,39 anos ± 12,24 com idade mínima de 22 e máxima de 83 anos; a idade média do início da dor foi de 45 anos. A localização mais frequente da dor foi na coluna e membros. Referiram dor moderada 78% e intensa 22%; 96% acharam importante a existência de centros de dor; 92% acharam muito importante a existência de uma consulta de dor e 94% reconheceram que a dor interferia com a sua qualidade de vida. Da avaliação da qualidade de vida, o domínio estado geral da saúde foi o que teve a maior pontuação e o domínio limitação por aspetos físicos foi o que obteve pontuação mais baixa, seguido do domínio dor. Concluiu-se que as variáveis sociodemográficas interferem com a dor crónica e com a qualidade de vida; que a dor crónica interfere com a qualidade de vida dos que dela padecem e que os médicos dos centros de saúde de São Vicente acharam importante a existência de uma consulta específica para a dor crónica reconhecendo a necessidade de formação nessa área.

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