Acta Médica Portuguesa (Apr 2020)

Manifestações Cutâneas nas Mastocitoses: Atualização

  • Sandra Ferreira,
  • Iolanda Fernandes,
  • Renata Cabral,
  • Susana Machado,
  • Margarida Lima,
  • Manuela Selores

DOI
https://doi.org/10.20344/amp.12189
Journal volume & issue
Vol. 33, no. 4

Abstract

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Introdução: As mastocitoses caraterizam-se pela expansão clonal de mastócitos, com acumulação de mastócitos morfológica e imunofenotipicamente anormais em diferentes órgãos. A pele é o órgão mais frequentemente envolvido. Virtualmente, todas as crianças e mais de 80% dos adultos com mastocitose apresentam lesões cutâneas. Material e Métodos: O presente artigo descreve os sinais e sintomas associados à mastocitose na pele, tendo por base a revisão das normas de orientação de consenso internacionais, recentemente publicadas. Discussão: De acordo com a classificação proposta pela Organização Mundial de Saúde em 2016, a mastocitose divide-se em mastocitose cutânea, mastocitose sistémica e sarcoma de mastócitos. A mastocitose cutânea pode subdividir-se em três subtipos: a mastocitose cutânea maculopapular (também denominada urticária pigmentosa), mastocitose cutânea difusa e mastocitoma cutâneo. A telangiectasia macular eruptiva perstans já não é considerada uma entidade independente. Conclusão: As manifestações cutâneas da mastocitose são variáveis, dependendo da idade de início da doença. Recentemente a classificação da mastocitose cutânea foi atualizada. Nas crianças, a mastocitose ocorre como mastocitose cutânea que tende à regressão espontânea durante a adolescência. Quando tem início na idade adulta, a mastocitose é geralmente sistémica, sendo a forma mais frequente a mastocitose sistémica indolente, que normalmente também cursa com manifestações cutâneas e tem um curso crónico.

Keywords