Revista Brasileira de Reumatologia (Jun 2007)

Anticorpos antiproteínas citrulinadas e a artrite reumatóide Auto-antibodies to citrullinated proteins and rheumatoid arthritis

  • Renata Trigueirinho Alarcon,
  • Luís Eduardo Coelho Andrade

DOI
https://doi.org/10.1590/S0482-50042007000300007
Journal volume & issue
Vol. 47, no. 3
pp. 180 – 187

Abstract

Read online

Pacientes com artrite reumatóide (AR) possuem uma variedade de auto-anticorpos no soro e no líquido sinovial. Entre esses auto-anticorpos, destacam-se aqueles direcionados a proteínas citrulinadas, que são específicos para AR, aparecem precocemente durante a evolução da enfermidade e são bastante úteis para auxiliar no diag-nóstico da doença. Entre os antígenos citrulinados reconhecidos por auto-anticorpos na AR, encontram-se a profilagrina, a filagrina e a vimentina. Células e tecidos ricos nessas proteínas serviram de substrato para os primeiros ensaios laboratoriais para detecção dessa classe de auto-anticorpos. A descoberta de que os epitopos reconhecidos por esses auto-anticorpos eram peptídeos contendo citrulina permitiu o desenvolvimento de uma plataforma baseada em ELISA. O formato de ELISA possibilitou maior padronização e reprodutibilidade dos ensaios, resultando em ampla aceitação mundial como os auto-anticorpos mais específicos e precoces para o diagnóstico da AR. Há controvérsia quanto à capacidade dos anticorpos contra proteínas citrulinadas predizerem a gravidade da doença. O papel dos antígenos citrulinados na fisiopatologia da artrite reumatóide é sugerido pela forte especificidade desses auto-anticorpos para a doença, pelo achado de proteínas citrulinadas na sinóvia inflamada, pela produção intra-articular desses auto-anticorpos e pela extrema afinidade de peptídeos citrulinados por moléculas de HLA-DRB1 que contêm o epitopo compartilhado. Esses achados acenam com a possibilidade de novas e fascinantes descobertas rumo à melhor compreensão da fisiopatologia da AR.Rheumatoid arthritis (RA) patients have a variety of auto-antibodies in the serum and synovial fluid. Among these auto-antibodies, those directed against citrullinated proteins are distinguished because that are specific for RA, appear early during the evolution of the disease and they are important to assist in the diagnosis of the illness. Examples of citrullinated antigens recognized by autoantibodies in rheumatoid arthritis are profillagrin, fillagrin and vimentin. Cells and tissues rich in those proteins have been used as substrate for the first laboratory assays for the detection of this class of autoantibodies. The discovery that the epitopes recognized by these autoantibodies are citrullin-bearing peptides permited the development of ELISA assays. The ELISA format allows better standardization and higher reproducibility for the tests, resulting in worldwide acceptance of these autoantibodies as the most specific and early serologic markers for the diagnosis of rheumatoid arthritis. There is controversy regarding the ability of these autoantibodies in predicting disease evolution. The role of antibodies to citrullinated peptides in the pathophysiology of rheumatoid arthritis is supported by their extreme specificity for the disease, by the finding of citrullinated proteins in inflamed synovia, by the intraarticular production of these autoantibodies and by the extreme affinity of citrullinated peptides for HLA-DRB1 molecules bearing the shared epitope. These findings forecast the possibility of novel and exciting discoveries towards a better understanding of the pathophysiology of rheumatoid arthritis.

Keywords