INFAD (Aug 2021)

Avaliação da qualidade de vida na população portuguesa

  • Marilene Andrade Lopes,
  • Jéssica Andreia Roças Parente,
  • Manuel Alberto Morais Brás,
  • Maria Fátima Pereira Geraldes,
  • Eugénia Maria Garcia Jorge Anes

DOI
https://doi.org/10.17060/ijodaep.2021.n1.v1.2065
Journal volume & issue
Vol. 1, no. 1
pp. 289 – 296

Abstract

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Nas últimas décadas a avaliação da qualidade de vida das populações tem sido constante, quer em termos gerais, quer em populações específicas, muitas vezes utilizadas para avaliar o impacto das intervenções de saúde. O seu conceito podeser diverso mediante o contexto ou a diferente perceção dossujeitos. A Organização Mundial de Saúde entende-a como a perceção que um indivíduo tem sobre a sua posição na vida, no seu contexto, atendendo aos seus objetivos, expetativas, padrões e preocupações. A saúde e a qualidade de vida são dois conceitos com uma relação incontestável, uma vez que “a saúde contribui para melhorar a qualidade de vida dos indivíduos e esta é determinante essencial para que os indivíduos ou a comunidade tenham saúde. Assim pretendemos avaliar a qualidade de vida nos indivíduos com idade igual ou superior a 18 anos. Para tal, optámos por realizar um estudo descritivo de cariz transversal com uma abordagem quantitativa. Foi usada uma metodologia denominada bola de neve ou snowball sampling, sendo uma técnica de amostragem não probabilística. Foi utilizado um questionário constituído por questões de caraterização e pelo SF-36v2 (The Medical Outcomes Study 36-item Short Form Health Survey). Este é um questionário genérico de saúde, com 36 itens que avaliam a dimensão física, emocional e social, assim como os desempenhos físico e emocional, a dor e a saúde geral e vitalidade. A colheita de dados foie efetuada em 2020. Foram tidos em conta os preceitos éticos aplicados a este tipo de estudos, tendo em conta a Declaração de Helsínquia e Convenção de Oviedo. A amostra é constituída por 135 indivíduos, maioritariamente do sexo feminino (68,15%), com idades compreendidas entre os 18 e os 63 anos. São maioritariamente solteiros (60,74%), licenciados (50,37%), residentes em zona urbana (70,37%). Relativamente ao estado de saúde, percecionam-na boa e excelente (48,88%), comparativamente a um ano atrás 45,93% percecionam-na semelhante. Em termos físicos, sentem quase sempre vitalidade 37,5% dos questionados e algumas vezes 27,94%. Em termos psicológicos e emocionais 43,38% sentem tranquilidade e calma a maior parte do tempo e 23,53 sentem algum tempo. Mais de 50% não sentem qualquer limitação nas atividades quer física quer psicológica ou emocional. Sentem-se tão saudáveis ou mais como os outros 62,24%. Estes resultados permitem-nos concluir que em geral os participantes apresentam bons índices de qualidade de vida relacionada. Resultados semelhantes foram encontrados no que respeita à saúde física e saúde emocional. O tamanho da amostra pode ser considerado como limite desta investigação. Estas avaliações permitem a identificação dos determinantes da saúde e facilitam aos a tomada de decisão.

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