Alimentos e Nutrição (Jan 2009)

TOXINAS PARALISANTES EM MEXILHÃO Perna perna EM ÁREAS DE CULTIVO DA COSTA SUL DO BRASIL: ESTUDO DE CASO

  • M. A. SCHRAMM,
  • M. S. TAMANAHA,
  • L. H. BEIRÃO,
  • L. A. O. PROENÇA

Journal volume & issue
Vol. 17, no. 4
pp. 443 – 450

Abstract

Read online

<p align="justify">Santa Catarina é responsável por aproximadamente 93% da produção de mexilhões (Perna perna) e ostras (Crassostrea gigas) cultivados no país. Embora possuam grande valor nutricional, eventualmente podem representar risco para a saúde do consumidor quando contaminados por agentes tóxicos, como por exemplo, toxinas produzidas por algas, ou ficotoxinas. Algumas ficotoxinas nocivas aos seres humanos têm como vetores os moluscos filtradores que podem acumular essas substâncias nos tecidos quando espécies de microalgas produtoras de toxinas estão presentes na água. A saxitoxina, produzida por alguns dinoflagelados, provoca a Síndrome do Envenenamento Paralisante pelo consumo de Moluscos, do inglês, Paralytic Shellfish Poison - PSP, que é um sério problema para a aqüicultura. Este estudo descreve a contaminação de mexilhões Perna perna por ficotoxinas da PSP com origem na ocorrência da microalga Gymnodinium catenatum em águas marinhas do litoral norte de Santa Catarina nos meses de abril e maio de 2006. Foram coletadas 22 amostras de água do mar e mexilhões em 10 pontos do litoral abrangendo 175Km da costa do Estado. As análises envolveram contagem de algas nocivas na água por microscopia óptica e a quantificação de ficotoxinas da PSP na carne de mexilhões através de bioensaios com camundongos e de cromatografia líquida de alta eficiência - HPLC. Os resultados comprovam a ocorrência, em baixas concentrações, destas ficotoxinas na carne de mexilhões cultivados e mostram a necessidade da inclusão desses contaminantes como parâmetro para a certificação da qualidade de moluscos bivalves destinados ao consumo humano.

Keywords