Arquivos Brasileiros de Cardiologia (Oct 2020)

Desempenho dos Índices de Gravidade na Predição de Complicações Pós-Operatórias de Revascularização Miocárdica

  • Silvana Alves dos Santos Franzotti,
  • Dyenily Alessi Sloboda,
  • Juliana Rosendo Silva,
  • Ellian Amorim Santos Souza,
  • Jessica Zamora Reboreda,
  • Renata Eloah de Lucena Ferretti-Rebustini,
  • Lilia de Souza Nogueira

DOI
https://doi.org/10.36660/abc.20190120
Journal volume & issue
Vol. 115, no. 3
pp. 452 – 459

Abstract

Read online Read online Read online Read online

Resumo Fundamento Os pacientes em pós-operatório (PO) de cirurgia de revascularização miocárdica (CRM) internados em unidade de terapia intensiva (UTI) apresentam risco de complicações que aumentam o tempo de permanência e a morbimortalidade. Portanto, é fundamental o reconhecimento precoce desses riscos para otimizar estratégias de prevenção e desfecho clínico satisfatório. Objetivo Analisar o desempenho de índices de gravidade na predição de complicações em pacientes no PO de CRM durante a permanência na UTI. Métodos Estudo transversal, com análise retrospectiva de prontuários eletrônicos de pacientes com idade ≥ 18 anos submetidos à CRM isolada e admitidos na UTI de um hospital cardiológico, em São Paulo, Brasil. As áreas sob as curvas receiver operating characteristic (AUC) com intervalo de confiança de 95% foram analisadas para verificar a acurácia dos índices European System for Cardiac Operative Risk Evaluation (EuroScore), Acute Physiology and Chronic Health Evaluation (APACHE II), Simplified Acute Physiology Score (SAPS II) e Sequential Organ Failure Assessment (SOFA) na predição de complicações. Resultados A casuística foi composta por 366 pacientes (64,58±9,42 anos; 75,96% sexo masculino). As complicações identificadas foram respiratórias (24,32%), cardiológicas (19,95%), neurológicas (10,38%), hematológicas (10,38%), infecciosas (6,56%) e renais (3,55%). O APACHE II apresentou satisfatório desempenho para a predição de complicações neurológicas (AUC 0,72) e renais (AUC 0,78). Conclusão O APACHE II se destacou na previsão das complicações neurológicas e renais. Nenhum dos índices teve bom desempenho na predição das outras complicações analisadas. Portanto, os índices de gravidade não devem ser utilizados indiscriminadamente com o objetivo de predizer todas as complicações frequentemente apresentadas por pacientes após CRM. (Arq Bras Cardiol. 2020; 115(3):452-459)

Keywords